Raimundo Viejo Viñas

Profesor, autor, traductor, editor, ciudadano activo y mucho más.

May

10

[ gz] Entrevista para Praça Pública


Velaqui de um tirom a entrevista que me fixerom desde Praça Pública sobre o #12m15m. Na sua web adoita um formato moito mais interactivo junto a outras opinions. Aquí, pola contra, vai de seguido, para quem a gostar de lêr na sua integridade.

Analizando o momento en que chegan as manifestacións do 12M (tanto o contexto externo -agudizacion da crise, recortes…- coma o interno -evolución do 15M), cal cres que vai ser a resposta da cidadanía?

Acho que será umha resposta formidável, com umha enorme participaçom, grande madurez democrática e sobretodo de um empoderamento imprescindível para o progresso da política de movimento.

Certamente, nestes últimos meses o régimen tem botado mao da estratégia da tensom para mirar de fazer abortar as mobilizaçons. Esta escalada tem levado em ocassons à violaçom flagrante dos princípios mais básicos do Estado de direito. Mas, contrariamente ao esperado polas autoridades, tem gerado umha resposta multitudinária (isto é algo que as ciências sociais, por certo, explicam desde fai tempo e mais se explica pola incompetência da direita que por outra cousa). A tendência continua e o mais seguro é que a persistência no erro do mando, remate num novo éxito de participaçom; num rotundo rejeitamento da estratégia policial.

Pense-se, por exemplo, no que tem acontecido no laboratório catalam no que vai de mes. Controis policiais nos que mesmo se chegava a preguntar pola ideologia das gentes que passavam perto de centros sociais ou polas inmediaçons das manifestaçons. Embora estes dispositivos tam próprios da excepçom como paradigma de governo, a manifestaçom do 1 de maio anti-capitalista quintuplicou a participaçom do ano precedente e se desenvolveu sem o menor incidente. Está claro que nesta fase da vaga de mobilizaçons certos repertórios repressivos indignam ainda mais e favorecem umha maior participaçom.

Aliás, o movimento tem amosado umha capacidade táctica tam interessante como a nom-convocatória co galho da cimeira europea. Assi, longe de caer na tentaçom de legitimar os desorbitados gastos policiais para controlar a uns supostos violentos anti-sistema, a conselheria foi posta em evidência e o movimento conseguiu manter a coessom interna entre redes mais partidárias de repertórios mais «moderados» e redes partidárias de repertórios mais «radicais». Éxito total, já que logo, na marcage dos ritmos políticos. Só no que vai de mes: movimento 2 – mando 0.

O 15M xa ten un ano. Segue sendo un movemento moi novo, pero nestes últimos meses xa mutou, madurou para ben ou para mal. Sempre paira o debate (vímolo de novo estes días en DRY) sobre se debe asentarse, gañar estruturas fixas para ser máis eficaz. Que é o 15M hoxendía, que debe ser?

O 15M nom é um «movimento» é um acontecimento que relança a política de movimento. Tambem pode ser considerado (no caso que acotemos o 15M aos desenvolvimentos havidos no marco da estrutura de oportunidade política da fim de legislatura de Zapatero) um ciclo de loitas concreto que, após o 20N remata e fai que o movimento entre numha fase de recombinaçom repertorial, de redefiniçom estratégica e de reformulaçom programática.

O caso de DRY é o exemplo paradigmático do cámbio de paradigma: por umha banda, o clássico oportunismo que procura sacar partido da institucionalizaçom no régimen (que nom institucionalizaçom fóra do mesmo) é negado, denunciado e anulado desde as mesmas redes que instituem DRY. Pola outra, o régime nom tem a menor intençom de integrar, polo que qualesquer repetiçom das pautas de vagas precedentes (ao jeito da mitologia da geraçom cínica do 68) é tam ideológica como chamada a erro.

O 15M, por moito que a moitxs lhes custe asumi-lo, acepta-lo ou entende-lo inscreve-se numha ruptura constituinte. É um processo que só adquire sentido numha matriz autónoma da política. Desde as ferramentas liberais ou (neo)republicanas nem se entende, nem se operacionaliza umha estratégica atinada.

Aliás, as estruturas do 15M som mais eficazes precissamente polo seu dinamismo, nom polo seu inmobilismo ou «fixaçom. O que se passa nas redes activistas a partir do 15M funda-se na constituiçom inmaterial da rede. Nom há um erro mais grave de enjuiçamento que esperar que o 15M poida gerar estruturas «sólidas», «sérias», «fixas» ou como for que as queiramos chamar. Seria a sua fim.

Por sorte reificar o movimento nom é mais que umha teima desfasada das ideologias militantistas da extrema esquerda. Dito de um jeito outro: o 15M nunca se constituirá como fronte de massas de um partido de avangarda; nunca satisfará os ideologemas de modelos organizativos desfasados. O 15M é a expressom política de umha nova composiçom técnica de classe, de umha constituiçom material que supera os límites da rigidez fordista.

Polo que fai ao que deveria ser, acho que o 15M deveria ser um momento constituinte, de ruptura co régime; o ponto de inflexom e partida de umha nova vaga de mobilizaçons o objectivo da qual deveria ser deixar de ser tal para devir instauraçom do régime político do comum. Cómpre superar a ciclicidade do movimento por meio de umha institucionalidade que precissamente seja quem de responder ao carácter extremadamente dinánico, fluido e contingente dos marcos organizativos e de intervençom.

Se o 15M se quer projectar alem do actual estado de cousas, haverá de inventar prácticas instituintes diferentes, formular lógicas de agregaçom federativas, producir meios simbióticos para a confluência de singularidades produtivas, etc. Em suma: o 15M deveria ser o cámbio de clima, a mutaçom de subjectividade que fixo possível instaurar o régime político do comum. E nisso está, de feito.

Como foi ao teu xuízo e como debe ser a relación entre o 15M e outros movementos sociais con visións transformadoras?

O 15M sorprende pola sua potência constituinte: é a transformaçom de seu. Como tal, nom precissa de pensar noutras vissons ou leituras eventuais, já que coincidirá com elas. Estas leituras integram já o 15M. Nom podem ser fora do 15M. Toda negaçom do 15M como acontecimento constituinte é, simplesmente, reaccionária.

Mais ainda, o 15M favorece o desplegue da agência política que interroga às redes activistas pre-existentes: o movimento. Pregunta-lhes se realmente eram ou seguem a ser transformadoras (como adoitam pensar) ou se, pola contra, nom som já mais que um remanente histórico de vagas de mobilizaçom passadas. Cómpre entender até que ponto o 15M promove a subsunçom de todo o anterior, até que ponto obriga à redefiniçom, à recombinaçom, à mutaçom última (que nom derradeira) do político. Nom olhar desde este ponto de vista é persistir nos erros de sempre.

Cales son os retos e as tarefas que debe abordar o 99% nos vindeiros meses?

O principal e mais claro de todos os retos é passar da fase expressiva à fase institucional da política de movimento. Isto nom significa, vai de seu, renunciar à expressom do descontento na rua ou à mobilizaçom multitudinária. Mas supom, em rigor, a esigência de atopar o jeito de subordinar progressivamente a mobilizaçom a umha institucionalidade outra; umha institucionalidade fundada numha gramática política capaz de comprender o mundo actual e nom ancorada nos velhos esquemas ideológicos da esquerda.

O 99% tem que ter claro que nom haverá alternáncia possível no marco do governo representativo que formule um novo contrato social e que, já que logo, deverá ser quem de ir instaurando, passeninho e devagar, o régime político do comum. Para isto cómpre ir creando as instituçons que façam possível o régime político do comum; cómpre pensar desde a autonomía como matriz normativa instituinte. O 99% dispom dos recursos, capacidades e vontade para levar a cabo umha alternativa institucional sobre as bases da constituiçom material das sociedades postfordistas.

O reto nom é, daquela, que ganhe de novo a esquerda, como em França, nem tampouco que ganhe umha esquerda mais à esquerda, como em Grécia (por mais que sejam duas boas notícias e a segunda ainda melhor que a primeira). O reto é nom caer na tentaçom de perfeicionar o mando actual, de saber producir instituiçons que, a diferência dos grandes sindicatos, dos partidos de esquerda e de outras instituçons de tempos idos, nom rematem sendo integradas aos desenhos institucionais das democracias liberais,a um liberalismo 3,0. Aliás de necessário é possível, e, de feito, é já um processo em curso que cómpre fornecer e desplegar. O #12m15m será o momento para faze-lo.